Um prêmio nobel da paz desmente as acusações lançadas contra o novo papa.
Um Prêmio Nobel da Paz argentino e a Ex-Promotora de Justiça do país garantiram categoricamente que Jorge Mario Bergoglio, eleito bispo de Roma com o nome de Papa Francisco, não foi cúmplice da ditadura em seu país.
Adolfo Pérez Esquivel, em evento em Cuba em janeiro; prêmio Nobel da Paz nega relação de novo papa com ditadura |
O Prêmio Nobel da Paz respondeu assim às informações jornalísticas errôneas, distribuídas pouco depois da eleição do Papa Francisco, segundo as quais ele teria sido responsável pelo sequestro e pelas torturas do sacerdote Orlando Yorio.
"Bergoglio é questionado porque se diz que ele não fez o necessário para tirar os padres da cadeia, quando ele era superior da congregação dos Jesuítas. Mas eu sei pessoalmente que muitos bispos pediam à junta militar a libertação de prisioneiros e sacerdotes e isso não lhes era autorizado", recordou Pérez Esquivel.
Por outro lado, a promotora de justiça Alicia Oliveira afirmou ao jornal El Clarín que, quando alguém tinha de deixar o país, ele estava sempre presente para se despedir.
Alicia Oliveira, que conhece Jorge Bergoglio há mais de 40 anos, tornou-se a primeira juíza do fórum penal do seu país, em 1973. Três anos depois, chegou o golpe militar e a então jovem Oliveira foi demitida do cargo e perseguida pelos militares.
"Aí fiquei desempregada. Logo depois de me demitiram, Jorge me mandou um ramo de rosas maravilhoso para me acompanhar nesse momento", relata a advogada.
"Nós nos víamos duas vezes por semana. Ele acompanhava os padres da vila e sempre me informava sobre o que acontecia por lá", afirma.
"Sou testemunha do compromisso de Jorge", declara, lembrando de um episódio vinculado a esses duros anos: "Quando alguém tinha de deixar o país, porque não podia permanecer nem mais um minuto aqui, eu me despedia da pessoa com um almoço. E ele sempre estava presente".
Alicia Oliveira conhece bem, além disso, a história do sequestro de dois padres, Francisco Jalics e Orlando Yorio – histórias estas utilizadas para acusar o Papa de ter colaborado com a ditadura: "Os dois padres eram jesuítas. Não estavam na vila 1.11.14, mas no bairro Rivadavia. Eles tinham um grupo lá, onde também estava a filha de Emilio Mignone".
"Foi pedido aos sacerdotes que deixassem o lugar, pois era muito perigoso; mas não tinha jeito, eles queriam ficar lá", disse Oliveira, recordando que, de todos os que militavam na região, os únicos sobreviventes foram os dois padres.
Segundo ela, Bergoglio "falou com todo mundo, com Massera e Videla também".
Alicia Oliveira foi secretária de Direitos Humanos de Cancillería, na época de Rafael Bielsa como ministro e Néstor Kirchner como presidente.
Fonte: Aleteia
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